#25 influenciadora de anti-produtividade
de novo reclamando dos mesmos problemas e colocando a culpa no capitalismo como sempre
Para ler sem urgência.
Não sei se ALGUÉM ainda está disposto a me ler depois sete longos meses de sumiço, mas eu finalmente venci o bloqueio? preguiça? de colocar algumas palavras no papel/editor de textos e estou fazendo meu grande retorno de 2024. Aconteceu tanta coisa nesse intervalo, que algumas até justificam eu ter me afastado de alguns hábitos e hobbies. Gostaria de ter voltado a escrever ainda em janeiro, mas na virada do ano resolvi tirar uma folga da minha própria cabeça e aos poucos tenho retomado os objetivos - com moderação. São sobre essas transformações que gostaria de falar nessa news.
De junho para cá eu:
Saí da casa dos meus pais, onde eu, filha única, tinha todos os privilégios e uma relação de bastante apego com a família, o que se tornaram as maiores dificuldades dessa decisão. Aluguei um apartamento com meu namorado (que trabalha embarcado no ramo do petróleo) porque queríamos dar um passo a mais na construção do nosso próprio núcleo familiar e passar mais tempo juntos na folga dele. Foi muito difícil “virar adulta”, passar a me preocupar com toda a gestão de uma casa e estar longe dos meus pais, mas é muito gostoso ver tudo se encaminhando e, principalmente, compartilhar isso com o amor da minha vida.
Adotamos um gatinho cinza (com um ano e seis meses) chamado Ravi. Eu nunca tive animais de estimação, fiquei muito ansiosa no período em que estávamos nos adaptando, mas acho que nós três conseguimos nos encaixar como uma família. Ele destrói o meu sofá novinho? Sim. Me dói muito porque eu adoro o sofá? Dói, não vou mentir. Porém, é gratificante ter um companheirinho tão divertido e tão amoroso ao meu lado, especialmente quando Luan viaja. Por trabalhar em home office, posso passar dias sem ver ninguém, e isso já custou muito da minha saúde mental. Desde que Ravi chegou tem sido mais leve.
Fiz 25 anos (igual ao numero de edições da news), então meu córtex pré-frontal amadureceu totalmente. Sim, no momento em que completei a idade fechadinha, senti o clique no meu cérebro com todos os neurônios sendo formados! Brincadeiras à parte, seja por processos evolutivos, transformação de realidade ou graças a minha psicóloga, sinto que em 2023 houve bastante revolução&evolução interna em mim.
Com todas as mudanças, é claro que a gatinha ansiosa aqui sofreu bastante e se viu incapaz de dar conta de muita coisa pelo caminho. Aí foi ficando de lado a newsletter, os hábitos, os projetos, e até meu autocuidado. Cheguei em dezembro exausta de trabalho, preocupação e responsabilidade de um jeito que nunca tinha experienciado antes. Além de estar lidando com as novidades da “vida adulta”, segui me fazendo um bilhão de pressões e cobranças, como já era hábito, até o colapso total. Não foi a primeira vez que me senti assim nesse ciclo de autocobrança> exaustão> explosão> mais autocobrança para recuperar o “tempo perdido”. Sempre me coloco objetivos demais para seguir, em uma aspiração ridícular de tentar ser “a melhor versão de mim” e não me conformo com meus limites. Afinal, se fulano consegue fazer TUDO, por que eu não consigo fazer o “mínimo”?
Essa dinâmica me adoece demais. Ignorar meus limites, minhas forças, minhas fraquezas e não ter autocompreensão me adoece demais. Tenho aprendido que pegar leve consigo não é autoindulgência ou hedonismo, mas simplesmente ter respeito por si. Por outro lado, o caminho não é jogar tudo para o alto. Entendi que não adianta se apegar a fantasias ou comparações (que são também uma forma de fantasiar), pois a forma mais simples e concreta de existir é tendo um olhar sincero e acolhedor para dentro. Só que olhar para dentro não é fácil, envolve admitir um bocado de questões. Exige entender que eu só posso ser a pessoa que eu sou, não a que eu idealizei ser.
Assim, em dezembro eu tentei quebrar o ciclo de autossabotagem e relaxar. Fui de uma extremidade à outra e passei a fazer o mínimo, tão somente o mínimo - até porque eu estava tão cansada que não era capaz de fazer mais nada. Eu me permiti essa folga por umas três semanas, e desde então tenho feito o (grande) esforço de criar objetivos realistas para minha vida e respeitar meus limites (físicos e psicológicos) para implementá-los no meu cotidiano. Acho que o mais difícil é me acolher nas minhas dificuldades, aceitar quando eu erro. Pensar que não sou uma máquina ajuda muito. Entender e criticar a exigência por performance e a tendência a insatisfação que existe no sistema capitalista ajuda também. São obviedades que preciso constantemente repetir para não cair nas armadilhas da minha própria mente.
Sendo realista (eu acho), e considerando minhas demais obrigações e prioridades, defini as seguintes metas para 2024:
Escrever 1 edição da newsletter por mês. Talvez duas em fevereiro já que janeiro eu pulei. Posso até escrever mais, porém vamos trabalhar com o mínimo para não rolar frustrações.
Ir umas 4 vezes para academia por semana, nem que seja para fazer três exercícios e ir embora. Não preciso emagrecer, não preciso ficar fortona. Só preciso me manter ativa para ninguém precisar me ajudar a ir ao banheiro quando eu tiver 80 anos.
Ler 1 livro por mês. Já tive épocas de ler 1 livro por semana, mas faz semanas que não leio nem a orelha de um livro, então vou pegar leve.
Economizar dinheiro, porque em 2023 não faltou, mas quase não sobrou nada rs
Passar protetor e hidratante todos os dias no rosto. É de bom tom fazer esse tipo de esforço, mesmo em casa, quando se vive na famosa >cidade do sol<
E outros objetivos mais pessoais.
Talvez a Livian Aragão dissesse que com minhas 24 horas consigo fazer mais :p mas cada um com seu corre, e eu respeito o meu.
Um xero pra quem não desistiu de mim e não se desinscreveu da news! Obrigada!
Até a próxima aventura intergaláctica!