#09 prolongando a viagem que nem começou
sobre anos 2000, acorda pedrinho, o caminho do artista e muitos outros assuntos, incluindo assunto nenhum
Para ler sem urgências.
Essa semana eu não senti vontade de escrever nada que viesse das minhas próprias reflexões, mas acumulei muitas referências interessantes, por isso decidi fazer uma edição totalmente dedicada a recomendações. É como se a sessão “prolongando essa viagem interestelar” que sempre escrevo no final das edições reivindicasse seu protagonismo. Eu particularmente não tenho nada demais a dizer, mas essas pessoas sim, e eu acho que vale a pena prestar atenção:
Na última newsletter, falei brevemente sobre a experiência de conciliar a escrita com a minha faculdade que foge do universo literário, e a edição da doses de tiquira caiu bem nesse momento. “O sentimento por aqui é de ter uma vida dupla. Fazendo um trabalho burocrático e necessário durante o dia, fazendo o que eu quiser depois de bater o ponto. Com o distanciamento suficiente para gostar do serviço e conseguir me desligar no tempo livre”. Eu me identifiquei muito e achei de certa forma inspirador. Também gostei da maneira divertida como ela apresenta a profissão do contador que, convenhamos, tem mesmo ares de monotonia.
Além disso, nos links recomendados, descobri esse quadrinho maravilhoso sobre o livro O Caminho do Artista e a jornada de reencontrar o artista dentro de nós. Conhecia a obra, mas nunca senti tanta vontade de ler e de fazer arte quanto depois de ter contato com essa história. Tenho curiosidade em tentar as páginas matinais, porém confesso que meia hora a menos de sono todas as manhãs não me parece uma ideia bastante agradável. No entanto, depois de ler essa publicação, acredito que estou mais convencida de que posso atingir o objetivo de estimular minha criatividade sem necessariamente realizar grandes sacrifícios para isso.
A existência de eletrodomésticos implica na existência de eletroselvagens. Esse foi um tweet da @cartumante que viralizou uns dois meses atrás. Parece uma afirmação bobinha, mas não deixe suas primeiras impressões te privarem dessa reflexão. A gente, de fato, domesticou alguns eletros, enquanto outros parecem continuar seguindo seus instintos caóticos. Veja bem, uma máquina de lavar que se desloca quando centrifuga é um aparelho que cumpre sua função conforme designado, mas não sem fazer um pouco (ou um bocado) de escândalo. Um liquidificador é um eletrodoméstico bastante eficiente, porém com mania de falar alto e de se meter nas misturas mais duvidosas. E a impressora é definitivamente o eletro mais selvagem de que se tem notícia em qualquer parte do mundo, sob qualquer contexto. É um bicho muito difícil de domar.
Meu item favorito é a airfryer, embora tema um pouco os seus fiéis mais devotos. Isso praticamente virou uma questão no meu relacionamento, porque meu namorado quer fazer tudo no forno, que é lento e às vezes nem assa direito se estiver velho demais, ignorando os avanços tecnologia. Eu me preocupo com quais outras ideias conservadoras ele cultiva. Tenho medo de que eventualmente a gente acabe em uma casa com bidê e televisão de tubo. Mas acredito que aos poucos tenho penetrado a mente dele com ideia de que a airfryer é sim uma prioridade na vida contemporânea.
É curioso como no super teste altamente acurado do twitter de qual-eletrodomestico-você-é eu me identifiquei com foguinho e ele com erfraie. Românticos até nisso.
Ainda na linha dos objetos com personalidade, precisava divulgar pela milésima vez esse post genial do blog mundinho clara browne br que relaciona tipos de carro e tipos de homem. Essa é a primeira edição, mas vai até a quarta. Eu gosto muito dessa comparação porque ela é extremamente precisa, já encontrei todos os tipos de homem nessa lista e sempre cabe perfeitamente com o carro. Tenho amigo que até dirige o carro com o qual ele divide a personalidade, porém isso é pura coincidência. Minha sugestão para a autora no futuro é relacionar mulheres com algum outro tipo de veículo, talvez motocicletas ou algo mais radical ainda.
“A primeira coisa fundamental que vocês devem saber sobre essa lista é que o tipo de homem que dirige um certo carro não equivale ao tipo de homem que é esse carro. São coisas diferentes. Então, por favor, não tentem vir com esse tipo de argumentação nesse post. Em segundo lugar, preciso que entendam que essa lista é feita por duas pessoas que, obviamente, não entendem de carros. Para o post no blógue, tentei ser um pouco mais específica, buscando modelos de carros que, pra mim são prototípicos quando se fala de uma marca ou um tipo. O que descobri nesse processo é que o mundo dos carros é horrível. Mas o mundo dos homens também, então ficaí mais essa comparação.”
O emo está de volta, e o retorno da banda My Chemical Romance com um novo lançamento em pleno 2022 não me deixa negar esse fato. Na página inicial da Shein, o estilo Y2K (ou year 2000) aparece como uma das principais tendências. Até o Orkut, a rede social que mais fez sucesso no Brasil naquela década, anunciou que possivelmente vai voltar a existir. Nesse ritmo, fico até esperançosa de que a gente consiga reviver alguns feitos de 2002, como o nossa seleção levando o título da Copa do Mundo e principalmente Lula ganhando as eleições. O primeiro sinal já aconteceu: O Clone acabou de reprisar na sessão da tarde, então considero que entramos mesmo nesse buraco temporal.
Nesse ritmo de nostalgia, li um artigo da Revista Frenezi sobre o retorno da estética do início do milênio às tendências de moda e me peguei bem animada porque, apesar de teoricamente ser uma 90’s kid, eu nasci em 1999 então minhas referências são muito mais ligadas aos anos 2000. Apesar disso, sei que é um movimento natural e daqui a poucos anos a gente vai estar idolatrando o batom rosinha e o símbolo do infinito que fizeram sucesso no começo da década de 2010. Assim como a moda, parece que a política, a economia e os grandes eventos mundiais também andam em círculos.
“O momento nostálgico no qual nos encontramos atualmente não reflete somente nas peças de roupas ou acessórios. Acontece que, assim como o início da década de 2020, marcado por um período de recessões e, acima de tudo, pela pandemia do coronavírus deflagrada mundialmente, que provocou e agravou crises políticas e econômicas em diversas nações, além de crises sanitárias. Os anos 2000 não foram tão diferentes. Tiveram diversos altos e baixos, como a ”grande depressão“ ou crise financeira compreendida entre 2007 e 2008, que chegou ao fim somente em 2009 — mas que continua influenciando a economia de vários países até hoje — além da pandemia causada pelo H1N1 que afetou mais de 200 países entre 2009 e 2010 que, inclusive, ainda estavam saindo ou se recuperando da grave crise monetária desencadeada nos anos anteriores. Semelhanças?”
Descobri no TikTok (como sempre) a história por trás da música Acorda Pedrinho que tem ora alegrado, ora infernizado nossas vidas nos últimos dias. Em suma, a banda Jovem Dionísio #donadohit resolveu homenagear um frequentador icônico do Bar do Dionísio, que fica em Curitiba. O cara tem fama de dorminhoco e o campeonato é de sinuca. A melhor parte, no entanto, foi assistir ao clipe da música e encontrar uma obra muito bem produzida, além de outros vídeos e canções legais no canal da banda.
Então, foi isso. Até que escrevi bastante para alguém que não tinha nada a dizer. Juro que semana que vem sai um texto de verdade. Essa é uma promessa para mim, é claro, não para você.
Até a próxima viagem intergaláctica!